Saiba como descrever seu nível de proficiência em uma língua estrangeira.
A1, B2, C1? O que isso quer dizer? Se você pretende fazer uma prova de proficiência, provavelmente já ouviu falar no CEFR. O Common European Framework of Reference for Languages, ou Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas, é um padrão internacional para se descrever a habilidade de alguém em um idioma. Ou seja, se avaliarmos alunos de diversas nacionalidades, eles serão classificados no CEFR de acordo com o quanto conseguem compreender e se comunicar, em inglês ou em outra língua. Essa escala vai de A1 (iniciante) a C2 (proficiente ou, como costumamos dizer, “fluente”) e descreve de maneira objetiva o que o aluno consegue fazer em cada nível.
Criado nos anos 90 e oficializado em 2001, o CEFR foi desenvolvido originalmente para ser uma ferramenta de referência e fornecer um método de aprendizado, ensino e avaliação. Dessa forma, o CEFR promoveria a educação transparente, facilitaria intercâmbios e a possibilidade de trabalhar em outros países da União Europeia. Atualmente, ele é amplamente aceito na Europa e é cada vez mais comum ao redor do mundo, em especial, na América e na Ásia.
O CEFR é composto por três grandes grupos: A, B e C, que seria similar ao tradicional “iniciante”, “intermediário” e “avançado”. O problema é que o entendimento desses termos comumente usados pode variar de acordo com o país. Por exemplo, será que um aluno intermediário da China seria considerado intermediário no Brasil? Portanto, o CEFR é mais preciso nessa avaliação. Cada um desses grupos está dividido em dois, totalizando seis níveis, que veremos a seguir.
A1: Apesar de ser um iniciante, o aluno sabe se apresentar, fazer e responder perguntas pessoais e interagir, desde que a outra pessoa fale devagar e claramente. Além disso, consegue compreender e usar expressões básicas para satisfazer necessidades concretas (pedir comida ou informação, por exemplo). Ou seja, se viajar para outro país, já não morrerá de fome. Alguns tópicos estudados nesse nível são Present Simple e Continuous, Past Simple, Prepositions, como expressar posse e como fazer descrições usando Comparatives e Superlatives.
A2: Nesse nível, o aluno consegue se comunicar em atividades cotidianas que requeiram simples troca de informações e entender expressões relacionadas a áreas de relevância intermediária, como compras, trabalho, família, e descrever em termos simples sua experiência de vida e ambientes. Alguns temas aprendidos nesse nível são Modal Verbs, Present Perfect, Past Continous e Phrasal Verbs comuns.
B1: Compreende assuntos que lhe são familiares (temas abordados no trabalho, na escola, na família, nos momentos de lazer etc.), consegue escrever textos simples sobre tópicos de interesse e lidar com a maioria das situações de viagem em países de língua inglesa. É capaz também de descrever experiências, eventos, metas, sonhos, explicar motivos de determinados planos e dar opiniões de forma breve. Tópicos estudados são Future Continuous, Present Perfect Continuous, Past Perfect, Reported Speech e Passive Voice.
B2: Consegue interagir com um nativo com certo grau de espontaneidade, compreende ideias de textos complexos, de assuntos concretos, abstratos ou técnicos da sua área de atuação, além de conseguir escrever sobre uma ampla gama de assuntos e explicar um ponto de vista, vantagens e desvantagens. Algumas novidades desse nível são Future Perfect, Past Perfect Continuous, Mixed Conditionals e Relative Clauses.
C1: Sabe expressar ideias fluente e espontaneamente, compreende textos e conversas longas, que exigem conhecimento mais profundo e reconhecimento de ideias implícitas. Consegue utilizar o idioma de forma efetiva em situações acadêmicas, sociais, de trabalho, além de produzir textos claros, coesos, detalhados e bem estruturados sobre tópicos complexos. Alguns temas aprendidos nesse nível são Inversion, Wish and If Only, separable and inseparable phrasal verbs.
C2: Compreende praticamente tudo que ouve ou lê com facilidade, consegue se expressar de forma espontânea, fluente e precisa, diferenciando as nuances da língua em situações complexas. Além disso, é capaz de resumir informações oriundas de diferentes fontes orais e escritas, reconstruindo argumentos e fatos de modo coerente.
Vale lembrar que os “tópicos aprendidos” são introduzidos a partir daquele nível, mas não significa que não precisarão ser revistos, pois à medida que o aluno avança, ganha maior capacidade de utilizar de forma correta estruturas e expressões aprendidas anteriormente.
Caso você precise comprovar seu nível de inglês para uma vaga de emprego ou intercâmbio, por exemplo, você pode fazer uma prova de proficiência, como TOEFL (Test of English as a Foreign Language) ou TOEIC (Test of English for International Communication). Mas mesmo que isso não seja necessário, conhecer o CEFR é uma forma eficaz de avaliar seu progresso e, junto ao professor, trabalhar as habilidades que você precisa desenvolver.